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29.8.06

Pura ficção! 

As informações que se seguem foram publicadas na secção Roteiro/Guide de uma revista que anda muito pelos ares e que serão lidas por centenas de pessoas... Surreal!

Primeira informação, meia certa: "Teatro, 14 a 18 de Junho, «Flores a Preto e Branco», no Clube Desportivo das Flores"... Procuram-se informações sobre [a existência d]este novo clube em Santa Cruz.

Segunda informação, completamente errada:"Festividades, 6 de Agosto, Festas de Santa Cruz: com a duração de dois dias, em que a vila é decorada com as muitas flores que polvilham de cor toda a ilha e que em arco enfeitam as ruas, criando uma atmosfera maravilhosa de cor e alegria. Com a presença das coroas dos 27 impérios [de Espírito Santo] existentes na ilha, são consideradas as maiores festas dos Açores em louvor do Espírito Santo". Dá-se recompensa a quem participou nestas festas...

E, assim vai a divulgação turística da nossa ilha...

28.8.06

Alguns investimentos nas Áreas Sociais... 

No início do passado mês de Julho, foi entregue ao Centro de Saúde de Santa Cruz das Flores a primeira "Unidade de Saúde Móvel" a operar nos Açores. Com um custo aproximado de 47 mil euros, esta viatura insere-se num projecto-piloto que visa apoiar os cidadãos que maiores dificuldades apresentam na sua deslocação aos Centros de Saúde.
A remodelação e ampliação do edifício da Segurança Social de Santa Cruz vai custar 730 mil euros, assim permitindo melhorar substancialmente as condições de atendimento aos cidadãos-utentes.
A construção do Lar de Idosos das Lajes irá custar cerca de 1,2 milhões de euros, sendo que o projecto deste novo equipamento social apenas será apresentado no próximo mês de Setembro, prevendo-se o início das respectivas obras para o próximo ano, ou seja, em 2007
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Saudações florentinas!!

27.8.06

Protecção da orla costeira de Santa Cruz (III) 

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Do "andamento" desta obra no presente mês saliente-se a destruição dos "cabeços" junto ao varadouro do porto das Poças (que também deverá ser totalmente destruído).
Saudações florentinas!!

25.8.06

Na ilha das Flores... 

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Em resultado do Governo da República ter deixado de subsidiar o transporte das publicações nacionais não generalistas, o preço de venda ao público dos jornais e revistas que chegam às ilhas açorianas por via aérea sofreu um agravamento de 30% e as publicações não subsidiadas que nos chegam por via marítima tiveram um acréscimo de 5% no seu custo final para @s leitor@s.
Saudações florentinas!!

23.8.06

Internet ADSL "à séria" nas ilhas das Flores e Corvo: a resposta(??!) do Primeiro-Ministro... 

Seguindo o conselho de um nosso leitor (realizado no espaço de comentários), na noite do passado dia 3 de Julho enviamos um email para o Primeiro-Ministro informando-o da actual assaz insatisfatória situação da prestação do serviço de internet ADSL nas ilhas das Flores e do Corvo.
Nessa nossa missiva ao Primeiro-Ministro (mas também [conjuntamente] uma comunicação ao gabinete do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, tutela do sector) relataram-se todos os trâmites até então seguidos nesta reivindicação por ADSL "à séria" para as ilhas das Flores e do Corvo [dos quais também se foram dando (a devido tempo) pleno conhecimento no Rocha dos Bordões - Fórum ilha das Flores] mas igualmente informando os governantes da República que (afinal) nem todo o país se encontra coberto por internet de banda larga pois «ocorre que nos últimos tempos [já alguns meses] as ligações internet ADSL nestas ilhas ocidentais açorianas são extremamente precárias, com valores de conecção a fazerem lembrar os velhos(?) tempos das ligações à internet por meio de centrais telefónicas analógicas», solicitando ainda que «pudessem interceder em conformidade com o requerido nesta petição popular; mais vos requeria que nos informassem das diligências por si tomadas de forma a suprir este problema que afecta as populações florentinas e corvinas em pleno tempo das comunicações globais».
No passado dia 10 de Agosto recebemos a resposta do gabinete do Primeiro-Ministro: simplesmente informando que «o assunto [serviço de ligação internet ADSL nas ilhas das Flores e do Corvo] fora transmitido ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações». Debalde!!! Isso já havíamos nós feito, ao enviar email ao Primeiro-Ministro com comunicação ao gabinete do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (a tutela da área). Ou seja, por agora nada de novo...
Presentemente, @ noss@ petição/abaixo-assinado electrónic@ reivindicando por ADSL "à séria" para as ilhas das Flores e do Corvo conta com 285 assinaturas.
Saudações florentinas!!

18.8.06

Breves "novidades"... três numa só... 

No próximo ano escolar (a começar já em Setembro) @s alun@s que frequentem os 5º e 6º anos de escolaridade e morem nas freguesias do concelho das Lajes, passarão a ter as suas aulas leccionadas na sua sede de concelho [ou seja, nas Lajes], em vez de virem até Santa Cruz.

Também já no próximo ano lectivo perspectiva-se que o pólo na ilha das Flores da Escola Profissional de São Jorge passe a ter as suas aulas nas instalações da antiga Siturflor (relembre-se que, até agora, essas aulas eram na antiga Escola dos Franceses).

Por fim, brevemente a Biblioteca Municipal de Santa Cruz passará a funcionar na [até agora] Casa Museu (situada junto à Praça Marquês de Pombal), que perde esta sua valência museológica, passando a estar sob tutela da Câmara Municipal de Santa Cruz e não do Museu das Flores.
Saudações florentinas!!

13.8.06

II Rover Açoreano, nas ilhas das Flores e Corvo 

photo Como já havíamos escrito há longo tempo atrás, o II Rover Açoreano terá lugar de 16 a 23 de Agosto nas ilhas das Flores e Corvo, com organização da Junta Regional dos Açores do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português nos Açores, em conjunto com o Agrupamento 691 (de Santa Cruz) e o Agrupamento 1181 (de Vila Nova do Corvo), esperando-se a presença de cerca de 500 escuteir@s com idades entre 18 e 22 anos, tendo por principal objectivo a divulgação do escutismo e também dar a conhecer os aspectos naturais, sociais e culturais do mesmo.
O II Rover Açoreano é subordinado ao tema ArRyscar e terá 5 pólos distribuídos por vários locais das ilhas ocidentais [a saber: pólo da Eucaristia, junto à Siturflor; pólo do Fogo: na Alagoa (na freguesia dos Cedros); pólo da Mochila, em Santa Cruz; pólo do Pão, no Corvo; pólo da Tenda, no poço do Bacalhau e pólo da Vara, no porto da Fajã Grande].
Esta é a segunda actividade regional realizada este ano nas nossas ilhas, tendo em conta que no passado mês de Maio decorreu a iniciativa "O mar que nos une III", a bordo do veleiro navio-escola inglês Stavros Niarchos da Tall Ships Youth, que trouxe 58 escuteir@s sob o tema "Corsários e Povoadores". Esta actividade contou também com a organização dos escuteiros das ilhas das Flores e do Corvo, que proporcionaram uma óptima organização e recepção nestas duas ilhas.
Saudações florentinas!!

9.8.06

PCP e pais contra fecho de escola dos Cedros 

A Comissão de Freguesia do PCP nos Cedros [da ilha das Flores] manifestou anteontem o seu descontentamento pelo encerramento da escola da freguesia.
O Partido Comunista Português refere, em nota de imprensa, que o Secretário Regional da Educação, Álamo Meneses, ignorou, em plenário de freguesia que decorreu no passado dia 20 de Julho, a pretensão dos presentes, nomeadamente dos deputados regionais do PS eleitos pela ilha das Flores e do Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, em não encerrar a pré-escola e escola de 1º ciclo na freguesia dos Cedros.
Saudações florentinas!!

8.8.06

Protecção da orla costeira de Santa Cruz (II) 

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No último mês foram realizados notórios progressos na obra...
Saudações florentinas!!

4.8.06

Florentino fez serralharia para a NASA 

photo Há algum tempo atrás, um nosso [sempre atento (e muito atencioso)] leitor chamou-nos à atenção para uma reportagem, publicada no jornal "Correio da Manhã", em que se relatavam algumas peripécias de vida de um florentino, Tomás Vieira [foto à direita deste texto], nomeadamente o facto desse nosso conterrâneo ter realizado algumas peças de serralharia para a NASA (a entidade aeroespacial norte-americana).

Com algum atraso, (re)conte-se então a história de vida deste florentino emigrado:

Tomás Vieira emigrou para Toronto [no Canadá] como operário da construção civil, mas veio a especializar-se em serralharia de alta precisão. Trabalhou para a De Havilland, empresa construtora do célebre avião Comet, mas dedicou-se sobretudo à construção de equipamento para a indústria atómica. Sub-empreiteiro da Spar Aerospace, representante do [governo do] Canadá nos projectos da [NASA] agência espacial norte-americana, contribuiu com mais de vinte peças [de serralharia] para a construção do vai-vém [espacial] Columbia. Hoje, dedica-se [na ilha Terceira] a portões e corrimões para residências comuns.

Quando o [vai-vém espacial] Columbia se despenhou, a 1 de Fevereiro de 2003, uma parte de Tomás Vieira despenhou-se com ele. Serralheiro, este açoriano [natural] da vila das Lajes, [na] ilha das Flores, veio a especializar-se em trabalhos de alta precisão quando era emigrante no Canadá, onde esteve durante 17 anos. Com isso, chegou a sub-empreiteiro da Spar Aerospace, representante do Canadá nos esforços da NASA para a conquista do espaço. E, no dia em que o vai-vém [espacial Columbia] se despenhou, no deserto do Texas, mais de vinte peças do aparelho destruído haviam sido fabricadas por ele.

"Estava em Espanha, numa viagem de negócios, e senti um choque muito grande ao saber d[ess]a notícia. Primeiro, porque havia pessoas lá dentro. Depois, porque estava ali a tecnologia mais avançada do mundo. Finalmente, porque o meu trabalho também fora destruído", lembra. "Eram mais de duas dezenas de peças do braço articulado, que recolhia detritos ou satélites em órbita para reparar no porão. E, num ápice, tudo desapareceu."

Tomás Vieira voltou a Portugal em 1993, faz agora treze anos, mas uma boa parte da tecnologia com que forneceu o [vai-vém espacial] Columbia mantinha-se operacional em 2003. Mas a sua saga começa [bastante] antes [disso]. Regressado [da Guerra] do Ultramar após um ano e meio [de «serviço»] em Moçambique, onde participou nomeadamente na célebre 'Operação Nó Górdio', ainda tentara começar a [sua] vida de adulto no arquipélago [dos Açores]. Saudou [a Revolução d]o 25 de Abril e disponibilizou-se para intervir na sociedade açoriana. O profundo conservadorismo que se instalou, sobretudo nas ilhas mais pequenas, porém, veio a dissuadi-lo. E, quando hoje lhe perguntam porque emigrou [da ilha das Fores], costuma responder: "Por razões políticas".

Mas não se arrependeu. Em Toronto [no Canadá], cidade onde a comunidade portuguesa sempre foi apreciada pela [sua] honestidade e capacidade de trabalho, começou, em 1976, por ser operário da construção civil. "Trabalhava nas [obras das] piscinas, empurrando carrinhos-de-mão cheios de cimento. [Fazia] O trabalho sujo todo", conta. Descendente de uma família de artesãos, no entanto, não se acomodou. "Gostava de trabalhos manuais em geral. De chegar ao fim do dia, ver o trabalho feito e pensar: 'Fui eu quem fez isto'", explica. E, quando um amigo serralheiro decidiu tirar seis meses de férias, precisando para isso de encontrar um substituto temporário para a fábrica de metalomecânica em que trabalhava, não hesitou: aceitou o repto e empregou a [sua] habilidade ao metal.

"Comecei por fazer caixotes de madeira para a indústria de energia atómica. Já eram coisas bastante minuciosas, pois, apesar de se tratar de meras peças de armazenamento, até a localização dos pregos era feita por desenho", conta. "Entretanto, acabei essa missão e encontrei um amigo espanhol que me disse: 'Se queres evoluir, Tom, tens de ir para o George Brown College, estudar Desenho de Máquinas.' E foi o que fiz. Tinha o 9º ano completo, mas, estudando de noite e trabalhando de dia, acabei o curso em pouco tempo."

Primeiro, foi empregado. "Um antigo encarregado-geral da oficina onde [antes] trabalhara tinha acabado de montar uma empresa própria e precisava de pessoal. Candidatei-me e fui aceite", recorda Tomás. Ao fim de um ano e meio, era já o principal fresador (operador de ferramentas de desbaste e perfuração de metais, normalmente centrada num eixo rotativo). Depois, montou o seu próprio negócio. E é então que começa a ganhar experiência na serralharia de alta precisão. Uma das empresas que viria a fornecer era a De Havilland, construtora do Comet, o primeiro [avião a] jacto comercial a voar, por exemplo, entre Londres e Joanesburgo. "Já na altura tinha de fazer coisas que me deixavam as pernas a tremer. Tinha 30 anos, mas sentia [o «peso» d]a responsabilidade."

"Não fui logo para a De Havilland, na verdade. Comecei por comprar uma máquina por sugestão do meu patrão na fábrica, que me dissera ter [trabalhos para] horas extraordinárias para eu fazer em casa. E, durante algum tempo, trabalhei serões, domingos e feriados à margem do emprego na oficina", explica. "Então, sim, candidatei-me à De Havilland. Era um mundo muito complicado, dominado por [imigrantes] escoceses e irlandeses, e de início não queriam aceitar-me. Já tinham 4.500 empregados [na empresa] e não podiam contratar mais ninguém. Mas vim a reparar que esses 4.500 empregados só faziam a asa do avião. O resto era [feito por] sub-empreitada. E foi por aí que entrei."

Luís Cabral, um [outro emigrante] português que dirigia o departamento de qualidade da empresa de aviação [De Havilland], tornou-se então o seu benfeitor: abriu-lhe um espaço para aderir a uma inspecção de qualidade. Tomás Vieira foi aprovado - e, nessa altura, começa em definitivo a sua aventura. "Com o diploma da De Havilland, ficava habilitado a quase tudo. E é aí que aparece a oportunidade de trabalhar para a Spar [Aerospace]."

A Spar Aerospace, sediada em Toronto, estava encarregue de construir o braço articulado [do vai-vém espacial] com que o governo canadiano presentearia a NASA. E, [trabalhando] à fresadora, vencido novo concurso público, Tomás Vieira teve alguns dos momentos mais interessantes do seu percurso. "Tolerância: zero. Bom, 'zero' é virtual. Mas o titânio é um material muito complicado, dificílimo de escavar e perfurar. Ao mínimo erro, ia a peça para o lixo. E, na maior parte das vezes, fazíamos três artigos de cada coisa", conta, mostrando as brocas [de perfuração] com duas décimas de milímetro, quase invisíveis, e os medidores com unidades correspondentes a 2,5 milionésimos de milímetro.

A maior parte dos diplomas, tem-nos agora Tomás Vieira na oficina na Praia da Vitória, [na] ilha Terceira, onde entretanto decidiu morar. Ainda faz trabalhos de alta precisão, sempre que lhos pedem, mas confessa que a idade (59 anos) lhe diminuiu necessariamente as capacidades. E a maior parte da sua actividade diz hoje respeito à construção de portões, corrimões ou mobiliário em metal para residências comuns. "O que não me desagrada nada. Cada coisa tem o seu desafio. E é interessante ser útil ao dia-a-dia das pessoas", explica.

Muitos açorianos não conhecem o trabalho de Tomás Vieira no Canadá. Mas nem por isso deixam de conviver diariamente com as suas técnicas. No Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, inaugurado há cerca de cinco anos, está agora um toiro em aço inoxidável construído precisamente pelo ex-serralheiro da Spar Aerospace. Com desenho do artista plástico Renato Costa e Silva, que trabalhou sobre o projecto arquitectónico do arquitecto Miguel Cunha, a escultura visa homenagear a tradição anterior daquele mesmo espaço da cidade: as touradas de praça. "Não foi fácil fazê-lo. Tivemos de construir um forno especial. O aço inoxidável é difícil de trabalhar, com uma tensão diferente e propriedades muito 'sui generis'", explica.

Tomás Vieira nunca chegou a visitar Houston, onde se situa a sede da NASA, mas já esteve dentro de um reactor nuclear. A conquista do espaço, nunca a viu como uma espécie de procura de Deus. "É ciência, apenas. 'Apenas', não: é ciência!".

O 'STRESS' DOS AÇORES

Filho de um baleeiro, Tomás Vieira voltou aos Açores porque se sentia "um embarcadiço", à maneira de Vitorino Nemésio - mas nem por isso se sente a salvo da pressão diária por que passava em Toronto [no Canadá]. "Os Açores de hoje são muito diferentes do [arquipélago] que deixei nos anos 70. Já há 'stress'", diz. "Mas a verdade é que não conseguia viver muito mais tempo longe do mar e do campo. Quem me tira as pescarias de fim-de-semana e a horta de couves e salsa, tira-me tudo", diz. Hoje em dia, tem dificuldades em imaginar o que teria sido a sua vida sem emigrar. "As Flores eram um sítio lindo. Mas havia demasiadas coisas que nós nem sequer sabíamos que existiam. E isso era muito limitador", recorda-se.

Nos anos 80, ainda emigrado no Canadá, chegou a ser candidato à presidência da Câmara Municipal das Lajes, a [sua] vila natal. Pelo PS. "Sempre fui um homem de esquerda", garante. Perdeu. Mas continua de esquerda. "E ainda acho que Fidel Castro é o homem do século. O David que combate o Golias. Um homem sozinho contra um gigante. Admiro-o muito."

Nome: Tomás Vieira
Idade: 59 anos
Naturalidade: Lajes das Flores
Profissão: Serralheiro

Saudações florentinas!!

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